Mas não viemos falar do filme e sim do livro.A primeira vantagem é quanto à produção da L&PM Editores. Esse livro em formato de bolso está (aparentemente) em ótima tradução e revisão; e o melhor de todos, num preço ótimo (8 R$ na Saraiva). A capa não foi muito agradável aos meus olhos, mas a lombada combina muito bem com meus outros livros da L&PM Pocket Plus (como Zweig, Fitzgerald, Dickson, Rilke e etc...).
A história é simples e movimentada, afinal, não se espera menos de um filme. O cenário é Viena dividida depois da Grande Depressão, onde todas as pessoas cometem atitudes corruptas, algumas mais inocentes e outras menos. O tipo de crime que a narrativa massacra é o da venda e adulteramento da penicilina, fato real que destruiu muitas vidas vienenses. O narrador é um policial que narra a partir do dia que conheceu Rollo Martins (no filme esse personagem possui outro nome), o protagonista do filme.
A história começa com a morte de Harry Lime, amigo de Rollo e que o leva para Viena. A partir desse acontecimento, Rollo se nega a aceitar que a morte do amigo é um acidente, e decide investigar o caso por caso por conta própria. Por conta de um problema com nome, Rollo acaba se fazendo passar por um escritor famoso chamado Benjamin Dexter (Rollo também é um escritor, mas ordinário, que assina como B. Dexter), embora faça isso sem a intenção e acaba causando algumas confusões na narrativa.
Alerta!!! Esse texto pode conter spoilers como o fato de que Lime é um pilantra que forjou a própria morte para fugir da polícia e é morto (de verdade) pelo seu amigo Rollo.Durante a investigação, Rollo encontra coisas muito extranhas e conflitantes, até que ele descobre que Harry não morreu. Com a ajuda da polícia, Martins cria uma emboscada para Lime e acaba matando-o pessoalmente. Como eu disse, é uma história muito ágil, e até certo ponto interessante (levando em consideração que não sou muito fã do gênero, até gostei). Há uma história paralela de romance e uma forte presença política e histórica no livro. Há também (segundo minha análise) uma leve pítada de crítica contra a teoria literária da época, voltada apenas para o Cânone e que considerava a "literatura de entretenimento" como um lixo. De resto, é uma novela bem curta e ágil, que dá para ser lida de uma só vez no ônibus ou no intervalo do almoço.
Nota do Elaphar: 8,6
Edição Lida:
GREENE, Graham. O Terceiro Homem. Trad: Antônio Celso Nogueira. Porto Alegre: L&PM, 2007, 128p. (L&PM Pocket Plus, 590)
Gostei! Cito-o no meu blog hoje.Adoro Graham Greene!
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