Agora que vim perceber que esse é o primeiro livro de Literatura Alemã que posto no Blog , e não consigo compreender como nunca resenhei um alemão. Thomas Mann é um dos maiores escritores do séc XX. Filho de um alemão com uma brasileira, teve como irmão o também escritor Heinrich Mann. Ganhou o Prêmio Nobel e foi cassado durante o período nazista. Criou o maior livro que tenho em minha biblioteca (A Montanha Mágica), com 1000 páginas em papel pólem.
Tônio Kroeger, ao meu ver, tem um certo ar de autobiografia de Mann. Kroeger (ou Kröger) é um burguês que sofre por ser fora do comum (escreve versos); sua mãe e seu nome são estrangeiros (assim como Mann). Há também uma tendência homossexual na infância de Kroeger para com seu amigo Hans (lembrando que Mann possuia tendências homossexuais que odiava).
Tônio Kroeger é um livro que mostra os complicados conflitos do ser humano, de sua infância, adolescência e fase adulta. Também é um tratado sobre arte, pois, as reflexões de Kroeger sobre a arte e a vida são profundíssimas, e só perdem para as de Rainer Maria Rilke (em breve resenharei algo sobre esse escritor, pois esse mês é alemão... Gott schütze Deutschland). Os detalhes e estados de espírito são mais importantes do que os acontecimentos em Tônio Kroeger.
Tônio Kroeger é um livro simples, porém profundo, escrito com maestria e possui uma temática interessante e criativa. O livro me cativou muito devido minha grande afinidade com o melancólico personagem principal (acho que sou algo entre Kroeger de Mann e Meursault de Camus). O livro é curto e pode ser lido e relido em pouco tempo.
Nota do Elaphar: 9,2
Edição Lida:
MANN, Thomas. Tônio Kroeger & A Morte em Veneza. Trad: Maria Deling. São Paulo: Abril Cultural, 1979, 170p
Olá Elaphar,
ResponderExcluiré um prazer encontrar seu blog, já me tornei fã. Gostei da forma crítica que você trata os livros aqui, é exatamante o tipo de site que procuro, tão raro hoje na internet... Quanto ao livro do Mann digo que é sempre interessante as obras que falam da consciência humana, aprecio todas elas, espero que comente mais sobre os alemães... Um abraço.
Tonio Kröger é relevante na medida em que reflete a tensão que se entabelece entre viver e ser um artista. Para quem escreve e já percebeu que escrever às vezes é um grande exercício de sublimação, a obra deixa bem claro que o simulacro da arte não é fuga da realidade, mas tão somente uma espécie sui generis de escolha de vida. Antonio Augusto
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