sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Guia do Mochileiro das Galáxias - Douglas Adams

Partindo do título do livro, a obra começa falando sobre o que é "O Guia do Mochileiro das Galáxias". No universo ficcional, o Guia é o maior Best Seller da galáxia, basicamente uma enciclopédia para poder viajar pelos quatro cantos da galáxia gastando pouco, isso supondo que a galáxia tenha cantos.

O livro conta a humorada história de Arthur Dent após a destruição do planeta terra. Arthur acompanha o alienígena Ford Perfect em uma jornada pelo espaço, e devido uma série de acontecimentos "muito improváveis" acabam se juntando ao presidente da galáxia, sua assistente e um robô maníaco-depressivo.

Primeiro vamos falar dos personages. Arthur é um personagem padrão, e se comporta de forma muito estranha, mas lembre-se que ele é um "estrangeiro", pois nunca viajou pelo universo. Ford Perfect é simplesmente um dos personagens mais mal escritos que já vi. O livro tenta nos mostrar um Ford Perfect estável, com um comportamento X, mas a narração mostra que o comportamento de FP não é X, mas uma mistura de Y e Z. Suas obsevações sobre os humanos são extremamente falhas, e não se aplicam aos alemães (tá legal, a piada foi péssima, admito). O padrão de comportamento que o livro tenta nos dá de Ford é falho, e mais falho é seu comportamento na diegese.

Entretanto, os outros personagens são bem melhor escritos. Zaphod Beeblebrox é um idiota, que de tão idiota e impulsivo chega a ser genial. Sua assistente é apagada, mas consistente. Marvin é um robô carismático entre os leitores (é o personagem favorito da maioria dos leitores, mas não meu), e possui uma inconstância constante, por isso também é um personagem bem escrito.

O Guia do Mochileiro das Galáxias não é um livro de humor tão idiota como pode parecer à primeira vista (mas também não é tão genial quanto nos sugere o prefácio). A obra é uma ácida critica contra a burocracia e a ordem social. Apesar da critica, o prefaciador empolgou-se demais ao afirmar a genialidade, filosofia e cientificidade da obra. Há uma série de falhas grotescas (desconsiderando o humor e fluência) no plano Científico, Linguístico e Filosófico. Acho um extremo exagero relacionar o "gerador de improbabilidade finita" com a "abordagem de caminho integral" de Feynman. Além disso aparentemente Douglas Adams tem um problema (bastante comum diga-se de passagem) absurdo com o conceito filosófico de Lógica. Apesar de tudo, a critica da obra é bastante inteligente, principalmente no que se refere à habitos desnecessários, a burocracia e as classes oprimidas.

O livro é bem humorado, produção gráfica de alta qualidade (miolo em pólem) e uma tradução escrita em bom vernáculo. Claro, possui um "15 milhões de exemplares vendidos no mundo" bem no topo da capa, o que pra mim não significa nada. Não sei da qualidade da tradução como "tradução", pois nada nem ninguem vai me obrigar a ler esse livro em inglês.

Essa resenha faz parte do Desafio Literário. Para conferir a minha lista do desafio clique aqui. Para conferir a lista de Abril Clique aqui. O livro pode ser encontrado facilmente em qualquer livraria, afinal, é um best Seller.

Nota do Elaphar: 8,3

Edição Lida:
ADAMS, Douglas. O Guia do Mochileiro das Galáxias. Trad: Paulo Fernando Henriques Britto & Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Sextante, 2009, 204p. (O Guia do Mochileiro das Galáxias; v.1)

7 comentários:

  1. Eu não consegui passar da visão prévia do humor idiota...não gostei mesmo. Mas, acho que precisa avança mais em competência de leitura. Essa série tá que tá no DL.

    Beijocas

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  2. Nossa!! preciso ler este livro, estou morta de curiosidade!!!! E ale'm disso sucesso absoluto no DL!!! Boa escolha. Beijos

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  3. Ah sabe, eu não sou muito fã de ficção científica não, mas até que essas historinhas com robôs não são tão chatas. Mas o que me chamou atenção na história desse livro é que você disse que a terra é destruida. Vou procurar esse livro.
    Gostei da resenha, sincera.
    Beijos

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  4. Como essa série tá bombando no DL esse mês, é impossível não me sentir curiosa e tentar entender do que todos estão falando...

    Quero ler e ver o que acontece... comigo.

    Ótima resenha!!!

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  5. Oi Elaphar, tenho mesmo que ler este livro, mesmo antes do DL, ele já estava em muitos blogs.Tenho que participar também. Mas, como sempre, sua resenha nota 10, bravo!!
    Beijos

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  6. O nome do personagem NÃO é Ford Perfect, é Ford PREFECT! Acho que todos lêem errado do começo ao fim do livro... Rs...

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  7. Assim como vc não gostou do livro e esculachou na sua resenha, também não gostei da sua resenha e me concedi o mesmo direito. :P
    Como assim você acha o personagem do Ford Prefect (é uma marca de carro e é assim que se escreve mesmo, não "Perfect") mal escrito porque parece estável mas não é? (Aliás, o contrário de "mal escrito" é "bem escrito",e o comparativo de superioridade é "mais bem escrito" - já que você preza um "bom vernáculo"). O Ford é um ET e foi "feito" pra ser estranho mesmo. Ele é imprevisível, absurdo e com um comportamento que, às vezes, é bem diferente do nosso - e às vezes não. Tudo isso pra salientar a estranheza do moço que, afinal, é um alien. Para vc analisar o personagem de verdade, ainda faltam 4 livros da série pra vc ler.
    E, não tem jeito, se vc não gosta de ficção científica e humor, provavelmente não vai gostar desse livro. E, principalmente, se vc não consegue ler nas entrelinhas, vai só dar umas risadinhas, achar que é uma história muito viajada, e vai ficar por isso mesmo. Paciência.

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