Partindo do título do livro, a obra começa falando sobre o que é "O Guia do Mochileiro das Galáxias". No universo ficcional, o Guia é o maior Best Seller da galáxia, basicamente uma enciclopédia para poder viajar pelos quatro cantos da galáxia gastando pouco, isso supondo que a galáxia tenha cantos.
O livro conta a humorada história de Arthur Dent após a destruição do planeta terra. Arthur acompanha o alienígena Ford Perfect em uma jornada pelo espaço, e devido uma série de acontecimentos "muito improváveis" acabam se juntando ao presidente da galáxia, sua assistente e um robô maníaco-depressivo.
Primeiro vamos falar dos personages. Arthur é um personagem padrão, e se comporta de forma muito estranha, mas lembre-se que ele é um "estrangeiro", pois nunca viajou pelo universo. Ford Perfect é simplesmente um dos personagens mais mal escritos que já vi. O livro tenta nos mostrar um Ford Perfect estável, com um comportamento X, mas a narração mostra que o comportamento de FP não é X, mas uma mistura de Y e Z. Suas obsevações sobre os humanos são extremamente falhas, e não se aplicam aos alemães (tá legal, a piada foi péssima, admito). O padrão de comportamento que o livro tenta nos dá de Ford é falho, e mais falho é seu comportamento na diegese.
Entretanto, os outros personagens são bem melhor escritos. Zaphod Beeblebrox é um idiota, que de tão idiota e impulsivo chega a ser genial. Sua assistente é apagada, mas consistente. Marvin é um robô carismático entre os leitores (é o personagem favorito da maioria dos leitores, mas não meu), e possui uma inconstância constante, por isso também é um personagem bem escrito.
O Guia do Mochileiro das Galáxias não é um livro de humor tão idiota como pode parecer à primeira vista (mas também não é tão genial quanto nos sugere o prefácio). A obra é uma ácida critica contra a burocracia e a ordem social. Apesar da critica, o prefaciador empolgou-se demais ao afirmar a genialidade, filosofia e cientificidade da obra. Há uma série de falhas grotescas (desconsiderando o humor e fluência) no plano Científico, Linguístico e Filosófico. Acho um extremo exagero relacionar o "gerador de improbabilidade finita" com a "abordagem de caminho integral" de Feynman. Além disso aparentemente Douglas Adams tem um problema (bastante comum diga-se de passagem) absurdo com o conceito filosófico de Lógica. Apesar de tudo, a critica da obra é bastante inteligente, principalmente no que se refere à habitos desnecessários, a burocracia e as classes oprimidas.
O livro é bem humorado, produção gráfica de alta qualidade (miolo em pólem) e uma tradução escrita em bom vernáculo. Claro, possui um "15 milhões de exemplares vendidos no mundo" bem no topo da capa, o que pra mim não significa nada. Não sei da qualidade da tradução como "tradução", pois nada nem ninguem vai me obrigar a ler esse livro em inglês.
Essa resenha faz parte do Desafio Literário. Para conferir a minha lista do desafio clique aqui. Para conferir a lista de Abril Clique aqui. O livro pode ser encontrado facilmente em qualquer livraria, afinal, é um best Seller.
Nota do Elaphar: 8,3
Edição Lida:
ADAMS, Douglas. O Guia do Mochileiro das Galáxias. Trad: Paulo Fernando Henriques Britto & Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Sextante, 2009, 204p. (O Guia do Mochileiro das Galáxias; v.1)
Eu não consegui passar da visão prévia do humor idiota...não gostei mesmo. Mas, acho que precisa avança mais em competência de leitura. Essa série tá que tá no DL.
ResponderExcluirBeijocas
Nossa!! preciso ler este livro, estou morta de curiosidade!!!! E ale'm disso sucesso absoluto no DL!!! Boa escolha. Beijos
ResponderExcluirAh sabe, eu não sou muito fã de ficção científica não, mas até que essas historinhas com robôs não são tão chatas. Mas o que me chamou atenção na história desse livro é que você disse que a terra é destruida. Vou procurar esse livro.
ResponderExcluirGostei da resenha, sincera.
Beijos
Como essa série tá bombando no DL esse mês, é impossível não me sentir curiosa e tentar entender do que todos estão falando...
ResponderExcluirQuero ler e ver o que acontece... comigo.
Ótima resenha!!!
Oi Elaphar, tenho mesmo que ler este livro, mesmo antes do DL, ele já estava em muitos blogs.Tenho que participar também. Mas, como sempre, sua resenha nota 10, bravo!!
ResponderExcluirBeijos
O nome do personagem NÃO é Ford Perfect, é Ford PREFECT! Acho que todos lêem errado do começo ao fim do livro... Rs...
ResponderExcluirAssim como vc não gostou do livro e esculachou na sua resenha, também não gostei da sua resenha e me concedi o mesmo direito. :P
ResponderExcluirComo assim você acha o personagem do Ford Prefect (é uma marca de carro e é assim que se escreve mesmo, não "Perfect") mal escrito porque parece estável mas não é? (Aliás, o contrário de "mal escrito" é "bem escrito",e o comparativo de superioridade é "mais bem escrito" - já que você preza um "bom vernáculo"). O Ford é um ET e foi "feito" pra ser estranho mesmo. Ele é imprevisível, absurdo e com um comportamento que, às vezes, é bem diferente do nosso - e às vezes não. Tudo isso pra salientar a estranheza do moço que, afinal, é um alien. Para vc analisar o personagem de verdade, ainda faltam 4 livros da série pra vc ler.
E, não tem jeito, se vc não gosta de ficção científica e humor, provavelmente não vai gostar desse livro. E, principalmente, se vc não consegue ler nas entrelinhas, vai só dar umas risadinhas, achar que é uma história muito viajada, e vai ficar por isso mesmo. Paciência.