The Complete Works of Robert Browning (Ohio/Baylor) Vol. 4 | Contendo:
A Blot in the 'Scutcheon
Colombe's Birthday
Dramatic Romances and Lyrics
Luria
Apesar de escolher concluir o desafio no modo Hard, frequentemente dou um “jeitinho brasileiro” no desafio. O fato é que apenas metade do livro efetivamente está sendo lido para o desafio (Colombe's Birthday e Luria), enquanto o resto na parte é releitura. Aliás, Dramatic Romances and Lyrics sequer é um drama. Mas claro que podemos pensar que eu estou lendo dois dramas em verso (de fato, são dois livros separados) e não meio livro. Mas passemos para a resenha.
Poucas coisas são unanimidades na imensa crítica ao poeta Robert Browning. O fato de que Browning fracassou miseravelmente como dramaturgo, se não é uma unanimidade, é sustentado pela maioria dos críticos. O que todos concordam é que a genialidade do escritor e sua grande obra está na poesia, e a maior parte dos críticos apontam as obras Men and Women (1855), Dramatis Personae (1864) e The Ring and the Book (1868-9) como a coroa do gênio de Browning. Mas ainda não se pode ignorar o teatro do escritor, tanto pelo fato de que ele escreveu uma boa quantidade de peças teatrais – oito, para ser exato, três delas frequentemente tidas por poesia e não teatro.
Se alguém quiser compreender porque o escritor é frequentemente tido como mal dramaturgo, basta ler A Blot in the 'Scutcheon (1843), mas primeiro vou fazer uma breve contextualização. O escritor iniciou a carreira como dramaturgo com o drama histórico Strafford (1837), encenada no mesmo ano pelo ator-empresário Macready. Se Strafford foi um sucesso ou fracasso estrondoso é uma questão de debate: embora a maioria dos críticos toma Strafford como tentativa fracassada (tanto pela sua qualidade como recepção), críticos como Chesterton e Cramer têm uma visão diferente da recepção da obra e críticos como McCormick são mais gentis em relação à qualidade da peça. A questão é que, ao menos na minha opinião, Strafford mostra um “futuro dramaturgo” completamente promissor – é uma estreia superior a Catalina, de Ibsen e mais experimental que Platonov, de Tchekhov, porém o fato é que Browning nunca escreveu um Pato Selvagem ou um Jardim das Cerejeiras. Porém a relação com o empresário começou a ficar problemática. Para além do stress da produção dramática (e da insistência de Macready de tornar o texto mais ordinário), Browning escreveu mais duas peças para o teatro de Macready, peças essas que foram rejeitadas depois de muita discussão. A transformação entre Strafford e A Blot in the 'Scutcheon é sintomática: o poeta se esforça para criar uma obra que se torne popular para o teatro vitoriano da época, o que significava muito convencionalismo de capa-e-espada e um melodrama ralo. A Blot é a encarnação dessa transformação defectiva gerada pele pressão do público teatral, e a prova de que, no fim das contas, Machado de Assis estava certo ao dizer que um grande dramaturgo não floresce sem um público adequado.
O maior problema da peça (A Blot) é que seu enredo é simplesmente absurdo e não convincente. Os personagens (com uma exceção) não são desenvolvidos satisfatoriamente, e incomodam o leitor por agirem completamente sem vontade e aparentemente conforme suas próprias naturezas. Thorold não quer matar Mertoun, mas o faz, ou melhor, Mertoun se deixa matar sem razão satisfatória. O relacionamento secreto e fora do casamento de Mildred e Mertoun também é estranho, e aparentemente incoerente com as atitudes que ambos possuem em relação a Thorold. Mertoun, por exemplo, não aparenta querer manter os encontros ilícitos com Mildred, não parece desejar pedir sua mão ao irmão Thorold (embora o faz porque é “obrigado”, aparentemente pela exigência do enredo), nem demonstra vontade nenhuma de perder a vida para um oponente que sequer o quer matar, mas o faz ainda assim porque “deve”, e ainda por cima, como último pedido, convence a Thorold que conte suas últimas palavras a Mildred, que “verdadeiramente ama” mesmo sabendo que isso a matará, o que também acontece. No final, os três personagens cometem um suicídio trágico e bisonho (Mertoun se deixa matar, Mildred morre de sofrimento e Thorold se envenena após tudo isso) que nem é grandioso ou “fatídico”, de modo que uma pitada do velho e ordinário bom-senso teria evitado. Para piorar, as entidades “ação” e “personagem” parecem tão completamente sem relação uma com a outra que ambas as entidades parecem apenas arbitrariamente postas no papel.
Guendolen é de longe a melhor personagem da obra, ou, ao menos possui alguma personalidade e as poucas boas linhas do drama, mas isso só pude notar agora, na minha segunda leitura. Isso, contudo, está ainda mais próximo de um defeito que uma qualidade, pois Guendolen e o marido Austin não fazem a menor diferença na peça. O comentário de Guendolen no primeiro ato é completamente aparte do resto do drama; as opiniões que ela apresenta a Mildred sobre Mertoun são completamente irrelevantes devido Mildred já ter uma opinião formada e invariável sobre o amante; o apoio moral que Guendolen dá a Mildred desfalecida não acrescenta nada ao desenvolvimento de nenhuma personagem exceto de si própria, e a sua descoberta por dedução do caso é completamente inútil pois não muda o curso da ação (Thorold vai descobrir por conta própria de modo independente poucas linhas depois); e o conselho de Guendolen a Thorold é, além de repetido, francamente ignorado. Guendolen é a única personagem desenvolvida e com aparência de realidade em toda a peça, mas ela é simplesmente irrelevante, de modo que se não existisse não faria a menor diferença para a história. Mas é Guendolen que possui tal maliciosa e proto-feminista afirmação interrompida:
Poucas coisas são unanimidades na imensa crítica ao poeta Robert Browning. O fato de que Browning fracassou miseravelmente como dramaturgo, se não é uma unanimidade, é sustentado pela maioria dos críticos. O que todos concordam é que a genialidade do escritor e sua grande obra está na poesia, e a maior parte dos críticos apontam as obras Men and Women (1855), Dramatis Personae (1864) e The Ring and the Book (1868-9) como a coroa do gênio de Browning. Mas ainda não se pode ignorar o teatro do escritor, tanto pelo fato de que ele escreveu uma boa quantidade de peças teatrais – oito, para ser exato, três delas frequentemente tidas por poesia e não teatro.
Se alguém quiser compreender porque o escritor é frequentemente tido como mal dramaturgo, basta ler A Blot in the 'Scutcheon (1843), mas primeiro vou fazer uma breve contextualização. O escritor iniciou a carreira como dramaturgo com o drama histórico Strafford (1837), encenada no mesmo ano pelo ator-empresário Macready. Se Strafford foi um sucesso ou fracasso estrondoso é uma questão de debate: embora a maioria dos críticos toma Strafford como tentativa fracassada (tanto pela sua qualidade como recepção), críticos como Chesterton e Cramer têm uma visão diferente da recepção da obra e críticos como McCormick são mais gentis em relação à qualidade da peça. A questão é que, ao menos na minha opinião, Strafford mostra um “futuro dramaturgo” completamente promissor – é uma estreia superior a Catalina, de Ibsen e mais experimental que Platonov, de Tchekhov, porém o fato é que Browning nunca escreveu um Pato Selvagem ou um Jardim das Cerejeiras. Porém a relação com o empresário começou a ficar problemática. Para além do stress da produção dramática (e da insistência de Macready de tornar o texto mais ordinário), Browning escreveu mais duas peças para o teatro de Macready, peças essas que foram rejeitadas depois de muita discussão. A transformação entre Strafford e A Blot in the 'Scutcheon é sintomática: o poeta se esforça para criar uma obra que se torne popular para o teatro vitoriano da época, o que significava muito convencionalismo de capa-e-espada e um melodrama ralo. A Blot é a encarnação dessa transformação defectiva gerada pele pressão do público teatral, e a prova de que, no fim das contas, Machado de Assis estava certo ao dizer que um grande dramaturgo não floresce sem um público adequado.
O maior problema da peça (A Blot) é que seu enredo é simplesmente absurdo e não convincente. Os personagens (com uma exceção) não são desenvolvidos satisfatoriamente, e incomodam o leitor por agirem completamente sem vontade e aparentemente conforme suas próprias naturezas. Thorold não quer matar Mertoun, mas o faz, ou melhor, Mertoun se deixa matar sem razão satisfatória. O relacionamento secreto e fora do casamento de Mildred e Mertoun também é estranho, e aparentemente incoerente com as atitudes que ambos possuem em relação a Thorold. Mertoun, por exemplo, não aparenta querer manter os encontros ilícitos com Mildred, não parece desejar pedir sua mão ao irmão Thorold (embora o faz porque é “obrigado”, aparentemente pela exigência do enredo), nem demonstra vontade nenhuma de perder a vida para um oponente que sequer o quer matar, mas o faz ainda assim porque “deve”, e ainda por cima, como último pedido, convence a Thorold que conte suas últimas palavras a Mildred, que “verdadeiramente ama” mesmo sabendo que isso a matará, o que também acontece. No final, os três personagens cometem um suicídio trágico e bisonho (Mertoun se deixa matar, Mildred morre de sofrimento e Thorold se envenena após tudo isso) que nem é grandioso ou “fatídico”, de modo que uma pitada do velho e ordinário bom-senso teria evitado. Para piorar, as entidades “ação” e “personagem” parecem tão completamente sem relação uma com a outra que ambas as entidades parecem apenas arbitrariamente postas no papel.
Guendolen é de longe a melhor personagem da obra, ou, ao menos possui alguma personalidade e as poucas boas linhas do drama, mas isso só pude notar agora, na minha segunda leitura. Isso, contudo, está ainda mais próximo de um defeito que uma qualidade, pois Guendolen e o marido Austin não fazem a menor diferença na peça. O comentário de Guendolen no primeiro ato é completamente aparte do resto do drama; as opiniões que ela apresenta a Mildred sobre Mertoun são completamente irrelevantes devido Mildred já ter uma opinião formada e invariável sobre o amante; o apoio moral que Guendolen dá a Mildred desfalecida não acrescenta nada ao desenvolvimento de nenhuma personagem exceto de si própria, e a sua descoberta por dedução do caso é completamente inútil pois não muda o curso da ação (Thorold vai descobrir por conta própria de modo independente poucas linhas depois); e o conselho de Guendolen a Thorold é, além de repetido, francamente ignorado. Guendolen é a única personagem desenvolvida e com aparência de realidade em toda a peça, mas ela é simplesmente irrelevante, de modo que se não existisse não faria a menor diferença para a história. Mas é Guendolen que possui tal maliciosa e proto-feminista afirmação interrompida:
He's proud, confess; so proud with brooding o'er
The light of his interminable line,
An ancestry with men, all paladins,
And women all . . .
Também é Guendolen que, no momento de dificuldade demonstra empatia, e a única para quem valores convencionais vazios significam menos que a emoção (amor e amizade, por Mildred, no caso). A passagem é longa (Ato II, v.323-360), mas provavelmente é a melhor sequência de 40 versos de todo o poema. Talvez a única decente.
Apenas como curiosidade, Charles Dickens amava essa peça. Aliás, enquanto Macready e John Forster duvidavam da peça Dickens tinha a absoluta convicção de que era uma bela obra, afirmando:
Apenas como curiosidade, Charles Dickens amava essa peça. Aliás, enquanto Macready e John Forster duvidavam da peça Dickens tinha a absoluta convicção de que era uma bela obra, afirmando:
A peça de Browning me atirou em uma perfeita paixão do sofrimento. […] Ela é cheia de Gênio, pensamentos naturais e elevados, vigor profundo e ainda assim belo e simples. Não conheço nada, em nenhum livro que li, que me afete tanto quanto a recorrência de Mildreed ao “I was so young – I had no mother”. […] Eu juro que isso é uma tragédia que deve ser interpretada, e deve ser por Macready… E se disserem para Browning que eu a vi, conte também que eu, do fundo do coração, acredito que nenhum homem vivo (e nem muitos mortos) podem produzir tal obra.
Colombe's Birthday foi enviada para que Charles Kean representasse, e para a surpresa de todos os críticos foi prontamente aceita. Como a obra só poderia ser encenada no ano seguinte (1845) o poeta ficou impaciente, e desejou publicá-la imediatamente. Com isso, a peça só seria representada apenas em 1853 por Helen Faucit, e foi muito bem recebida. Para Browning e sua esposa, essa recepção favorável foi puro succès d'estime, já que, como bem nota EBB os atores representaram de modo miserável. Apesar disso, Colombe's Birthday me surpreendeu bastante, por várias razões.
A primeira e mais importante é bastante óbvia: depois de um início experimental com Strafford, Pippa Passes e King Victor and Charles, o esforço do poeta em escrever segundo as convenções foi de ruim (Return of Drusses) a medonho (A Blot). Após acompanhar esse desenvolvimento da carreira dramática de Browning, é realmente difícil esperar qualquer coisa decente que o poeta faça segundo as convenções (por si só ruins) do teatro da época. Colombe's Birthday é bem mais que decente, embora moldada em todas as convenções do período.
Como dito, ela não deixa de ter suas falhas como drama: é formalmente convencional, e as convenções do teatro vitoriano não eram as melhores, e a resolução embora faça grande diferença na moral da história não faz muito para o drama em si. Colombe no fim tem de decidir entre desposar Valence ou Berthold, ou mais especificamente, entre o amor e o poder.
Alerta!!! Esse texto pode conter spoilers como o fato de que no final Colombe escolhe Valence e perde todo o seu ducado para o príncipe Berthold... mas no fim, você provavelmente nunca vai ler ou ver essa peça encenada então provavelmente isso não faz a menor diferença... agora que você já sabe disso, pode continuar lendo o texto sem preocupações...No final das contas, sentimos que não faz a menor diferença escolher um e outro. O grande tema e da peça é a separação radical entre o poder e amor, e a necessidade das pessoas em agir de acordo com uma escolha. Enquanto as escolhas de Hamlet e Macbeth são decisivas para a composição das suas peças (afinal, se eles optarem por não matar seus oponentes não há peça), a de Colombe é mera questão de gosto. Poderíamos até desgostar se Colombe escolhesse Berthold (personificando o Poder) em vez de Valence, mas o fato é que se fosse assim a peça ainda existiria, seria a mesma e com o mesmo valor.
Outro problema que notamos é o excesso de um estilo que emula o elizabetano, que obviamente já era velho e desgastado no período. Isso causa a impressão de que a obra fica bem melhor lida que efetivamente encenada com essa linguagem e estilo. Contudo, eu fui um leitor da peça, e como não vi nenhuma improvável representação dela, é como leitura que tenho de encerrar a minha análise.
Como uma peça literária, Colombe's Birthday, é fina, delicada e colorida. Diferente de qualquer outra peça teatral que Browning escreveu (mesmo Pippa Passes ou A Soul's Tragedy, que são bem superiores) os discursos dos personagens parece excepcionalmente adequados. As imagens e dicção usadas por cada personagem são muito bem trabalhadas, e lembrarão muito os futuros monólogos em verso branco do poeta. O uso de imagens florais para qualificar as várias características da duquesa é brilhante, mas é difícil de imaginá-las comunicando efetivamente durante a performance. Os personagens são mais ricamente construídos e variáveis, e não são amorfos ou falsos como os de A Blot. Colombe não se confunde com os servos, Valnce e Berhold são diferentes em caráter, sentimento e dicção, e Melchior se distingue de outros servos como Sabyne ou Guilbert, que também não se assemelham. Colombe's Birthday não é uma obra prima da dramaturgia, porém é uma obra bastante competente, talvez a mais competente já escrita segundo um padrão e nível tão baixos de expectativa dramática.
Dramatic Romances and Lyrics não é, como as outras, uma peça teatral. É a segunda coleção de poemas que Robert Browning escreveu e publicou. Apesar de não ser um livro tão popular como Dramatic Lyrics ou Men and Women (exceto pelo poemeto Home Thoughts, from Abroad), é muito bom lê-lo isoladamente para compreender melhor o desenvolvimento do poeta. Explico: estou acostumado a ler os poemas de Browning segundo a ordenação final que o poeta deu, em que reorganiza os poemas das três primeiras coleções em três categorias Lyrics, Romances e Men and Women.
Neste livro vemos muito bem todas as grandes características do gênio do poeta. Um bom monólogo rimado? Confere (Pictor Ignotus). Um bom poema narrativo? Confere (The Glove). Um bom monólogo dramático em verso branco? Confere (Saint Praxed's Church). Um poema com ritmo frenético e cantável? Confere (How they Brought the Good News from Ghent to Aix). Um poema que te faz pensar “mas que diabos de ritmo é esse”? Confere (The Lost Leader). Um poema que não dá para contar nem o primeiro verso? Confere (Now that I trying thy glass mask tightly, em The Laboratory). Rimas estrambólicas? Confere (já chego lá).
De longe, o que mais chama nesse volume é a qualidade das rimas. No volume de poesias anterior já possuíamos alguns exemplos (Adela/May, em Count Gismond) mas eram tímidos; em Dramatic Lyrics as rimas soavam tão naturais (Soliloquy of Spanish Cloister) ou praticamente desapareciam com a leitura do poema (My Last Duchess). Aqui nem sempre é o caso. Eu realmente não sei que tipo de pronúncia macabra rima Chablis com Rabelais (Sibranus Schafnaburguensis), mas alguns casos isso chega a ser problemático. Sintomático é The Flying of the Duchess, que é difícil de seguir. Não porque é um poema truncado, ou hermético, mas as rimas chamam tanto a atenção e o ritmo impulsiona elas, que a mera pronunciação forçada delas (exigida pelo ritmo) atrapalham a leitura mesmo das frases simples. Por exemplo:
when we've lost the music,A frase é completamente simples, mas a pronúncia “YOUsick” impulsionada pelo ritmo e rima quase nos faz perder o ponto. E não é uma instância isolada. Apenas nos últimos 100 versos do poema (que tem 915) olha o que consigo contar: “visit, i've/inquisitive”, “want here/frontier”, “last her/plaster”, “ins-and-outs/thin sand doubts”, “guarantees/arrant ease”, “went trickle/ventricle”, “inherit/prefer it”, “sorry on/morion”, “Duke rust/blue crust”, “travel in/javelin”, “indue/pinned you”, “ship sees/Gipsies”, “sperm oil/turmoil”, “news of her/Lucifer”, “wreathy hop/Aethiop”, “flaccid dent/accident”, “four-year-old/Berold”, “see-saw/Esau”. Isso porque fiquei com preguiça de copiar todos…
Aways made me – and no doubt makes you – sick.
Acho que no geral, Dramatic Romances and Lyrics, como obra intermediária entre o inicio da carreira poética e a grande obra é uma boa introdução à poesia do escritor. Também possui um punhado de suas melhores obras, que às vezes são esquecidas em detrimento de outras, como Pictor Ignotus e France and Spain. Também é curioso notar que 3 dos 5 melhores poemas do livro (Pictor Ignotus, Saint Praxed's Church e The Confessional) são anti-católicos. Browning parecia ter um grande talento para falar mal da Igreja de Roma, hein, o que é ainda mais engraçado quando alguns dos principais admiradores sinceros do poeta (Chesterton, Raymond, provavelmente Pessoa e eu) foram católicos.
O último drama eu realmente não sei o que falar sobre. É simplesmente fraco. Os personagens sequer parecem reais, embora o evento seja histórico, aparenta mais ser uma projeção de Luria, o personagem principal, assim como todos os outros personagens. De certo modo, isso é um monodrama, mas não é poético, tem base dramática muito frágil e não convence nem como história. O ponto mais grave é que, embora tudo no drama esteja com a finalidade de desenvolver e construir Luria como personagem, nada temos de construído em seu caráter. Ao que tudo indica, o próprio poeta não gostava muito da obra, de modo que eu também me isento da responsabilidade de gostar dela também. Como dizia Auden, faz mal para o caráter falar mal de livros ruins sem nenhuma qualidade. E completo: ainda mais um de um autor tão genial como Robert Browning.
Ah, não tem mais nota... esse Blog está morto, e não tenho interesse em ressuscitá-lo.